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domingo, 6 de dezembro de 2009

Preparando para partir



Quando soube que fui escolhida... dei pulos de alegria!

A galera aqui em casa fez a maior festa!

Gritei: "Oba!!!!!! Vou voar como um passarinho!!!!!!".

Duas semanas depois...

Pacotinhos de ração bem embalados para eu não resolver fazer gracinha e comer tudo antes da hora, cartão de vacinação e vermifugação, jornal forrando a caixa transporte...

Quando tudo já estava pronto tive que ouvir uma piada de um filhote vizinho:

"- Sabe qual a diferença entre as pessoas e os cães? É que as pessoas, quando viajam, levam uma mala e os cães, quando viajam, vão na mala!"

Tive que rir, né? Fazer o quê?

Antes de ir embora beijei muito todo mundo com umas boas lambidas e ouvi as últimas recomendações da Mamãe:

"- Nada de morder a canela dos outros. Lembre-se de fazer xixi e cocô no jornal. No começo você vai estranhar, mas depois vai amar!"


Tudo bem, Mamãe, vou me lembrar!

Esta foi a manhã do dia 29 de dezembro de 2008. Parece que foi ontem..!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pesquisar é importante!



Aquele pessoal de Belo Horizonte parece comigo. Fiquei sabendo que fizeram um milhão de perguntas sobre o canil, a raça, o temperamento dos filhotes, etc. Parecem detetives! Papai disse que é porque os humanos cada vez mais estão descobrindo como é importante escolher bem o cão que levarão para suas casas. Disse que se não tomarem cuidado, pesquisando qual raça irá se adaptar melhor à vida da família, escolhendo um canil confiável e registrado e filhotes com pedigree, conhecendo os pais, poderão levar gato por lebre. Essa expressão eu não entendi, já que falávamos sobre cães... O pessoal do canil também investiga quem quer levar os filhotes.

Mamãe disse que as pessoas precisam estar prontas para a nossa chegada, porque um cãozinho que chega na casa é um novo membro que nasce na família; trará muita alegria, mas exigirá muitos cuidados. Precisamos de ração de boa qualidade, água fresca à disposição, um lugar espaçoso e seguro que proteja do calor, da chuva e do frio, brincadeiras e exercícios físicos, consultas veterinárias e vacinas. Além disso, como toda criança, precisamos aprender o que é certo e o que é errado!

Ah! Também não dá para esquecer que fazemos xixi e cocô e soltamos pêlo! Quem quer um filhote precisa saber que ele não é um brinquedo que pode ser deixado de lado porque perdeu a graça nem é uma coisa que pode ser jogada fora. Pelo menos nos próximos quatorze anos, o cão e o ser humano viverão juntos.

Puxa! É tempo pra cachorro!

Descobertas...



Pouco tempo depois, descobri:as fotos que tiramos eram para que as famílias humanas nos conhecessem e pudessem escolher a um de nós.

Pensei: será que alguém vai gostar de mim? Pintou uma insegurança!

Mistérios revelados...



Um dia, escutei uma conversa estranha...

Mandaram um e-mail de Belo Horizonte, uma cidade bem longe daqui. Parece que tem alguém querendo um filhote de Buldogue Campeiro. Ouvi dizer que o filhote vai viajar de avião.

Como é que um filhote vai caber naquele negócio pequenininho que passa voando em cima do canil? Aquilo é menor que um pombo!


É isso aí: quem tem boca vai a Roma – que dirá a Belo Horizonte! Perguntei pro Paizão e ele me contou tudo. A conversa foi bem longa, porque no mundo canino o mistério não é a chegada da cegonha, mas a saída dos cãezinhos. Agora já estou bem informada!

Meu pai me explicou que na vida dos cães é assim: temos pelo menos duas famílias: uma canina e outra humana. Perguntei por que temos que viver com gente e não soltos, em matilha, como meu tataratataratataratataravô; e ele disse que é porque as pessoas precisam muito de nós, para aprender coisas que custam a descobrir sozinhas, por exemplo: como amar e cuidar de alguém, a importância de brincar e exercitar-se, o valor dos relacionamentos duradouros... Meu pai filosofou muito, usou umas palavras difíceis e eu fiquei meio confusa, mas entendi o que ele queria ensinar: gente precisa da gente.

A saída dos cãezinhos não acontece de uma hora para a outra e ninguém fica traumatizado! Primeiro nós curtimos bem nosso lar! É assim: ao nascermos, ficamos com nossos iguais: Papai, Mamãe e os irmãos. Quando paramos de mamar e começamos a mastigar e engolir aquelas bolinhas chamadas ração, estamos prontos para a próxima família, mas antes tomamos vacina e remédio contra vermes e aulas de como devemos nos comportar no avião.

Ah! O tal do avião é bem grande de verdade, a gente só enxerga pequeno porque está longe. Ufa! Pensei que teria que encolher caso me escolhessem!

Isso sim é qualidade de vida!



Que mergulho gostoso..!

Foto do Canil Molosso di Jerivá

"A cidade ideal de um cachorro"



O Chico Buarque fez uma música legal que dizia: “A cidade ideal de um cachorro, tem um poste por metro quadrado. Não tem carro, não corro, não morro e também nunca fico apertado”.

Na época em que ele escreveu, estava certo, porque meu canil ainda não existia, mas se quisesse compor hoje, poderia escrever que o lugar dos sonhos caninos é o Canil Molosso di Jerivá!

Sem postes, Chico – mas quem é que se lembra disso com tantas árvores, espaço para correr, brincar de esconder e até dar um mergulho? Acho que é por isso que meus pais são tão malhados!

Fiquei bem na foto?



Quando eu estava com 35 dias, tiraram minha foto!Tive que fazer pose, como se estivesse numa exposição de cães.

Eu queria correr lá fora, afinal, a grama estava verdinha, o vento balançava as folhas das árvores fazendo um barulho gostoso de se ouvir... mas acabei achando divertido este negócio de ser fotografada! É claro que tiveram que me segurar! Ninguém nasce sabendo coisa alguma; nem eu nem a Gisele – uma modelo que vi no jornal (ou você acha que eu só uso o jornal para fazer pipi?).

Outras “filhotas” e outros filhotes também foram fotografados. Será que o canil vai virar uma agência de modelos?

Foto de meu pai:



Foto cedida pelo canil Molosso di Jerivá

Foto de minha mãe:



Foto cedida pelo canil Molosso di Jerivá

Minha família..!

Nasci no dia 17 de outubro de 2008. Só agora estou fazendo meu blog, porque antes eu não dominava muito o idioma e não entendia nada de computador! Bom, continuo não entendendo, mas mesmo assim vou tentar fazer meu diário; afinal... é só eu piscar os olhos que um monte de coisas muda em minha vida! Se continuar assim, não vou conseguir lembrar de tudo para contar para meus futuros filhos e netos. É melhor anotar agora, enquanto estou vivendo estes momentos. Puxa! Não vai ser fácil... Por que não inventam um curso de digitação para cães?

Vou começar falando sobre minha família.

Puxei a beleza de minha mãe - ela é linda, mas ao mesmo tempo é forte, rústica. Tem um olhar meigo, feminino, mas pode derrubar até um boi (e isso não é piada!). Meu pai, como todo pai de qualquer espécie que já existiu no planeta, tem cara de bravo e autoritário, mas o coração de manteiga com a gente que é de casa. Meu pai é puro músculo e tem barriga de tanquinho.

Do amor entre os dois, nascemos eu e mais seis irmãos.
Ganhei o nome de Capitu Molosso di Jerivá. Chique demais! Capitu é uma homenagem à personagem de Machado de Assis, um grande escritor brasileiro; e o meu sobrenome é o nome do canil em que nasci.

Tenho quatro irmãs: Chiva, Cali, Claire e Cléo; e dois irmãos: Colosso e Bob. No começo eu achei que todos teríamos nomes começados com a letra “C”, mas aí quando o Bob foi registrado eu fiquei sem entender!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A história da minha raça




Oi, eu sou a Tina, uma linda fêmea da raça Buldogue Campeiro!
Quero contar minha vida para você!
Leia e conte para outras pessoas!


Muitas histórias iniciam com "Era uma vez ..." ou "Há muito tempo ..."
A história da minha família não poderia ser diferente...

Tudo começou há muito tempo, no século XVII, quando os imigrantes europeus vieram para o Brasil trazendo seus bulldogs.

Estes cães, meus "tataratataravós", eram muito fortes!

Na Região Sul do Brasil sempre houve muita criação de gado e os imigrantes que foram para lá usaram os bulldogs para o trabalho no campo. Quando um boi fugia, era dominado pelo bulldog e levado de volta para perto do tropeiro. O cão prendia o boi mordendo-o e derrubando-o no chão. Bois muito grandes e pesadões não tinham chance de escapar!

A cada vez que nasciam filhotes, os tropeiros escolhiam os melhores para trabalhar como campeiros. Para decidir entre tantos cãezinhos, eles observavam bem o corpo e o temperamento de cada um.

O cão perfeito não poderia ser muito baixo, com pernas curtas porque não daria conta das longas caminhadas nem conseguiria segurar o boi, mas pernas muito compridas deixariam o cão desajeitado, com movimentos mais lentos e pronto para levar coices e chifradas.
Assim, olhando cada detalhe do corpo: tamanho e largura da cabeça, força dos maxilares, comprimento do focinho... os tropeiros escolhiam o cão com melhor corpo.

Mas a pesquisa não parava por aí...

Antes de escolherem um cachorro, eles ainda observavam o jeito de ser do filhote.
O cão precisava ser corajoso lutador, vigilante - para proteger ao seu dono e a tudo o que o dono possuía: família, casa, cavalos...

Precisava estar sempre por perto, obediente às ordens, permanecendo tranqüilo, sem latir muito e sem brigar com os outros cachorros, sendo paciente e carinhoso com crianças.Quando o filhote era desse jeitinho, era escolhido para campeiro!

Assim como as pessoas têm filhos parecidos com elas, os cães também parecem com os seus pais. Cada ninhada que nascia trazia mais Campeiros para o mundo!
Estes cães ficaram diferentes do antigo bulldog e ganharam um novo nome: Buldogue Campeiro!
AGORA QUE VOCÊ JÁ SABE A HISTÓRIA DA MINHA RAÇA, VOU CONTAR A HISTÓRIA DA MINHA VIDA!